segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Escutando atentamente o repertório de flauta doce

Foi listado no artigo, "Uma breve história da flauta doce" uma listar para concluir o mesmo, uma série de compositores e obras, referente ao repertório da flauta doce ao longo da história. Esta lista servirá de incentivo à apreciação musical desse repertorio, bem como uma ferramenta que proporcionará ao estudante da flauta doce um aprofundamento mais atento aos estudos do instrumento, pois grande parte desse repertório encontrasse nos canais do YOUTUBE e outros meios de difusão da música referente à flauta doce.

Aproveitem e deliciem-se com essa pequena amostra desse vasto repertório da música universal de flauta doce. Tenham uma boa escuta.

-Roberto Valentino - Suite in Do magg
https://www.youtube.com/watch?v=ig_ONtnsI1M

-Johann Christian Schickhardt (1682-1762)
https://www.youtube.com/watch?v=Woymnj-XECo

-Johann Christian Schickhardt (c.1682--c.1762): Concert II in D minor for 4 recorders
https://www.youtube.com/watch?v=8tL3RlVCJ1M

-Robert Woodcock (1690 - 1728) Concerto no.3 in D major for small Flute 3.Vivace
https://www.youtube.com/watch?v=yQyxuvNYs_k

-William Babell: Recorder Concerto in G
https://www.youtube.com/watch?v=-uhi59Abd2M

-Charles Dieupart (1700-1740)
https://www.youtube.com/watch?v=0gilGwbiw-0


Contribuições de compositores alemães


-Johann Christoph Pez (1664-1716), compondo Concerto Pastorale para 2 flautas contralto
https://www.youtube.com/watch?v=h7X1VRv-15A

-Johann Christoph Pepusch (1667-1752), compondo 2 séries de 6 sonatas solo para flauta doce
https://www.youtube.com/watch?v=wBImksDdD4M

-Johann David Heinichen (1683-1729), compondo um concerto para 4 flautas contralto
https://www.youtube.com/watch?v=AyWnneQ9ciE

-Johann Christoph Graupner (1683-1760), compondo Seufzt und weint
https://www.youtube.com/watch?v=ALMLN3u-1tI

-Georg Phillip Telemann (1681-1767), compondo o Concerto em Mí Maior para Flauta , Oboé e Viola
https://www.youtube.com/watch?v=JZplHMeYIAc

-Johann Sebastian Bach (1685-1750), compondo o Concerto de Brandemburgo 4 - II
https://www.youtube.com/watch?v=_QgaA4i_HGA

-George Frederich Handel (1685-1759), compondo a Sonata em Sol Menor
https://www.youtube.com/watch?v=kujYQN8COTI

-Johann Friedrich Fasch (1688-1758), compondo o Concerto for two transverse flutes - FWV L,D9
https://www.youtube.com/watch?v=RxEGj7eiLwM

-Johann Joachim Quantz (1697-1773), compondo 25 Capricen - Nr.1 Capricio
https://www.youtube.com/watch?v=2g1CKpOXgGo

-Francesco Barsanti (1690-1772), compondo a Premiere Suitte
https://www.youtube.com/watch?v=f40indgL7zo

-Giovanni Battista Bononcini (1670-1747), compondo o Divertimento da Camera No.6 in C minor
https://www.youtube.com/watch?v=ARcKb2rOf4A

-Giuseppe Sammartini (1695-1750), compondo Solo para flauta doce 1 movimento
https://www.youtube.com/watch?v=qSmNqdDmS4Q

-Benedetto Marcello (1686-1739), compondo Ciacona Op. 2, No 12
https://www.youtube.com/watch?v=t6R18_COmBQ

-Francesco Maria Veracini (1690-1768), compondo sonatas para flauta doce e contínuo
https://www.youtube.com/watch?v=8QhqcklLssY

-Alessandro Scarlatti (1659-1725), compondo a Sinfonia Prima para 2 flautas doces, cordas e baixo continuo
https://www.youtube.com/watch?v=CeXw6RTTDTM

-Antonio Vivaldi (1678-1741), compondo o Concerto for Flute (La tempesta di mare)
https://www.youtube.com/watch?v=Z61Pw1Y-dvo

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Conheça mais a flauta doce e se apaixone

Uma breve história da flauta doce
Camaçari/BA (Novembro/2015)
Por: Joélio Santos
  
Segundo relatos de escritos que se tem conhecimento ao longo da literatura da história da flauta doce, podemos afirmar que o instrumento data desde a pré-história, sendo um dos instrumentos de sopro que se desenvolveu e evoluiu em grade proporção, bem como, serviu de modelo para a construção de muitos outros instrumentos de sopro ao longo da história. Podemos identificar esse instrumento em muitas civilizações antigas, a exemplo das latinoamericanas, tendo a sua fabricação nos mais diversos e variados materiais, como: bambus, argilas, tubos, madeiras, entre outros.

                                           Figura 1: flautas doces renascentistas

                                     Figura 2: flautas doces modernas Suzuki de plástico.
A palavra flauta doce já foi chamada simplesmente de flauta, mas devido à evolução do instrumento, passou-se a chamar flauta doce, devido à facilidade de se de produzir som com delicadeza e a pouca potência sonora. Portanto, a flauta doce era chamada de (flauta, flûte, flöte, flauto), e a flauta transversal era chamada de (German flute, ou flute d’allemande). No entanto, alguns países adotaram nomes para a flauta doce que até hoje são conhecidos universalmente, por alguns outros nomes: (flauto dolce na Itália, flût à bec na França, blockflöte na Alemanha e recorder na Inglaterra).
Segundo o Dicionário Grove de Música (1994), a flauta doce teve sua origem como instrumento artístico provavelmente na Itália, séc. XIV, com o primeiro método publicado em Veneza – 1535. Na Idade Média, a Igreja só favorecia a música vocal, as performances instrumentais não possuíam lugar de respeito na sociedade (HUNT, 1977; PAOLIELLO, 2007). A família das flautas doces modernas são tanto de plásticos, a exemplo das flautas doces modernas Suzuki, ilustradas na figura 2, quanto de madeira, a serem ilustradas na figura 3.
  
Figura 3: família da flauta doce de madeira
Atualmente existem dois tipos de flautas doces: a barroca e a germânica. A diferencia de uma para a outra está nos furos 1 e 2 da mão direita, como ilustra a figura 4 abaixo. A diferencia de um sistema para outro se dá pelo uso das letras ‘B’ para barroca e ‘G’ para germânica, localizadas abaixo do furo ‘P’, atrás do instrumento. Vale ressaltar também que a flauta germânica foi desenvolvida para facilitar a aprendizagem da nota fá, mas que, infelizmente, está nota é desafinada quando tocada juntamente com outros instrumentos. No entanto, para se tocar somente com flautas germânicas, a desafinação é quase imperceptível.

 






Figura 4: Germânica (furo 1 – grande e 2 – pequeno) e Barroca (furo 1 – pequeno e 2 – grande).

Quanto à classificação da família da flauta doce, podemos relatar da seguinte forma: flauta doce sopranino (FÁ4 a SOL6); flauta doce soprano (DÓ4 a RÉ6) – é a flauta mais tocada e utilizada na educação musical; flauta doce contralto (afinada uma oitava abaixo da flauta sopranino); flauta doce tenor (afinada uma oitava abaixo da flauta soprano); flauta doce baixo (afinada uma oitava abaixo da flauta contralto) e flauta doce grande-baixo ou contra baixo (afinada uma oitava abaixo da tenor). Ver figura 5 que ilustra a classificação das extensões da família da flauta-doce.

                            Figura 5: classificação da extensão da família da flauta doce

Com o foco nos estudo da flauta doce soprano, apresentaremos ao final deste artigo, na figura 6, as duas oitavas das notas (naturais), referente à digitação do instrumento, e na figura 7, teremos a digitação das notas alteradas, tanto sustenidos (#), quanto bemóis (b). Vale enfatizar que esta extensão permite executar grande parte do repertório da literatura na flauta doce barroca.
O artigo se ateve a um breve relato da história da flauta doce, e, contudo, relataremos ainda, acerca do método que contribuiu bastante para que o estudo da flauta doce se aperfeiçoasse e seus interpretes tivesse adquirido o virtuosismo que atingiram os palcos do mundo.  Hoteterre foi o autor do método que serviria de modelo para muitos outros: Principes de la Flûte traversière ou Flûte d’Allemande, de La Flûte à bec ou Flûte douce, et du Haubois, Paris – 1707 (PAOLIELLO, 2007).
Tivemos vários interpretes da flauta doce ao longo da história, mas o Jean Baptiste Loeillet of Ghent (1680-1730), foi um dos que se destacou significativamente, instalando-se em Londres como flautista doce, e como ele além de interprete, também era compositor, proporcionou um avanço muito grande à flauta doce na Inglaterra, que logo se propagaria na Europa e consequentemente, mundo a fora.
Vamos listar para concluir este breve comentário acerca da história da música, uma série de compositores e obras, referente ao repertório da flauta doce ao longo da história. Esta lista servirá de incentivo à apreciação musical desse repertorio, bem como uma ferramenta que proporcionará ao estudante da flauta doce um aprofundamento mais atento aos estudos do instrumento, pois grande parte desse repertório encontrasse nos canais do YOUTUBE e outros meios de difusão da música referente à flauta doce.
Dentre vários compositores na história da música universal para flauta doce podemos citar: Robert Valentine (1680-1735), compondo uma série de sonatas e trio sonatas para flauta doce e contínuo; Johann Christian Schickhardt (1682-1762), compondo sonatas para flauta doce e contínuo; Schickhardt, compondo uma série de 24 sonatas nas 12 tonalidades maiores e menores para flauta doce e baixo contínuo e uma série de sonatas para quatro contraltos e contínuo. Robert Woodcock (1690 -1734), compondo três concertos para duas flautas doces; John Baston (1711-1733), compondo peças para 6 flautas e flauta soprano; William Babell (1690-1723), compondo para flauta doce solo e para duas flautas doces; Charles Dieupart (1700-1740); compondo seis suítes para flauta doce.
Vale ressaltar que foram grandes as contribuições de compositores alemães, ao repertório da flauta doce. Como já foi mencionado no artigo, pretendemos aqui, elaborar um breve comentário de forma sucinta, acerca da história da flauta doce, portanto, neste parágrafo, nos ateremos a uma obra por compositor, mas enfatizando que às contribuições composicionais destes, foram grandiosas. Dentre eles podemos destacar: Johann Christoph Pez (1664-1716), compondo Concerto Pastorale para 2 flautas contralto; Johann Christoph Pepusch (1667-1752), compondo 2 séries de 6 sonatas solo para flauta doce; Johann David Heinichen (1683-1729), compondo um concerto para 4 flautas contralto; Johann Christoph Graupner (1683-1760), compondo um concerto para flauta doce e cordas; Georg Phillip Telemann (1681-1767), um dos compositores que mais contribuiu, compondo "Der getreue Musikmeister"  e "Essercizii Musici; Johann Sebastian Bach (1685-1750), compositor que mais utilizou a flauta doce em formações orquestrais, a exemplo de seus Concertos de Brandemburgo nº 2 e 4; George Frederich Handel (1685-1759), compondo 12 sonatas; Johann Friedrich Fasch (1688-1758), compondo quarteto para 2 flautas doces, 1 traverso e contínuo; Johann Joachim Quantz (1697-1773), compositor da corte em Potsdam além de professor de flauta, escreveu o "Versuch einer Anweisung die Flûte Traversière zu spielen" em 1752; Francesco Barsanti (1690-1772), compondo várias sonatas para flauta doce e contínuo; Giovanni Battista Bononcini (1670-1747), compondo um divertimento de câmara para flauta doce e contínuo; Giuseppe Sammartini (1695-1750), compondo 12 trio sonatas para 2 flautas contralto e contínuo; Benedetto Marcello (1686-1739), compondo sonatas para flauta doce e contínuo; Francesco Maria Veracini (1690-1768), compondo sonatas para flauta doce e contínuo; Alessandro Scarlatti (1659-1725), compondo uma sonata para 3 flautas contraltos e contínuo e Antonio Vivaldi (1678-1741), compondo concertos virtuosísticos para flauta doce e orquestra.
A guisa de conclusão, não esquecendo que a flauta tem contribuído bastante com ensino de música por meio da musicalização, por ser um instrumento de fácil acesso e com um baixo custo, mas que desenvolve a percepção musical e ajuda no solfejo e canto, principalmente fazendo uso de canções folclóricas, é justo mencionar neste artigo, as contribuições de Jacob Van Eyck, compositor e organista holandês do séc. XVII, autor de duas publicações, de 1646 e 1654, que fez bastante uso de temas populares com variações, utilizando melodias inglesas e do compositor John Dowland, enfatizando a dificuldade progressiva na flauta doce. Seguindo nesta mesma linha de contribuições com a flauta doce a partir de canções populares, também não podemos deixar de mencionar a figura de Mario Mascarenhas, brasileiro, como suas compilações de canções folclóricas, bem como de temas conhecidos da música erudita e popular em três volumes intitulado de Minha doce flauta doce, arranjados para duas e três flautas, com acompanhamento de violão.

Referências bibliográficas:

SILVA, Bruno J. C. Iniciação Musical Infanto – juvenil com flauta doce e prática em conjunto.  Dois estudo de caso: “FLAUTISTAS DA PRO ARTE” E “PROJETO BEM-ME-QUER PAQUETÁ”, 2009. Disponível em: http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/brunosilva.pdf  Acesso em 07/11/2015.
DOLMESTSCH online. [s.d.] Disponível em: www.dolmetsch.com/index.html Acesso em 07/11/2015.
FRANK, Isolde Mohr. Pedrinho toca flauta doce – 1º e 2º vol. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
GROVE, Dicionário de Música-edição concisa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
LANDER, Nicholas S. A história da flauta doce. 2000. Traduzido por Romero Damião. Disponível em: www.artemídia.ufcg.edu.br/flauta doce/história.html Acesso em 07/11/2015.
PAOLIELLO, Noara, O. A Flauta Doce e sua dupla função como instrumento artístico e de iniciação musical. 2007. Disponível em: Acesso em 08/11/2015.
WALMIR, Marcelino T. Caderno de Musicalização: Canto e Flauta Doce. 2008. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000014228.pdf 08/11/2015.

 Digitalização na flauta doce soprano barroca 

                                          Figura 6: duas oitavas das notas naturais

Figura 7: duas oitavas das notas alteradas: sustenidos (#) e bemóis (b)